Talvez hoje seja dia para deixar a literatura
Sim. Talvez hoje seja dia para deixar a literatura. Ou, pensando melhor, talvez não.
Acabei de chegar a casa e liguei a televisão. Reponho-me de inúmeras filas de trânsito na ponte e nos acessos, horas de música da rfm e das notícias da renascença.
Olho para o espelho. Encontro o rosto de um cidadão comum do outro lado. Cidadão comum de um país mergulhado no tédio. Virei a cara e olhei pela janela. Vi os quintais do meu prédio e deixei que a luz crepuscular os colorisse, misturando-se com a terra e com as raízes dos vegetais que ali crescem. Sinto algum cansaço e puxo os cortinados. Sento-me na cadeira em frente ao computador e arrasto as minhas maõs no teclado. E escrevo, escrevo.
Olho para o espelho. Encontro o rosto de um cidadão comum do outro lado. Cidadão comum de um país mergulhado no tédio. Virei a cara e olhei pela janela. Vi os quintais do meu prédio e deixei que a luz crepuscular os colorisse, misturando-se com a terra e com as raízes dos vegetais que ali crescem. Sinto algum cansaço e puxo os cortinados. Sento-me na cadeira em frente ao computador e arrasto as minhas maõs no teclado. E escrevo, escrevo.
Caros portugueses,
Portugal está a atravessar uma crise financeira de elevada gravidade. A má gestão de sucessivos políticos tem mergulhado este país num estado calamitoso.
Mas entendo que há situações, a par desta que acabei de referir, que não nos podem deixar de preocupar.
O que dizer do nosso défice cultural? Então e o défice da mentalidade? Esqueceram-se de calcular? Ou estes últimos são os maiores, os mais impressionantes, os que causam maior vergonha e embaraço? Isto é lamentável em contexto democrático.
Os culpados estão todos abotoados nas suas fortunas e os portugueses desfavorecidos agitam-se distraidamente com as vitórias daquele que parece ser o único desporto que se pratica em Portugal: o futebol.
Os culpados estão todos abotoados nas suas fortunas e os portugueses desfavorecidos agitam-se distraidamente com as vitórias daquele que parece ser o único desporto que se pratica em Portugal: o futebol.
Do que estamos à espera para dizer que a decisão e a construção do nosso país, desde o mais longíquo lugar até à maior metrópole é, também, da nossa responsabilidade? A cidadania é feita pela individualidade numa afirmação da força colectiva. Através dos laços provenientes das diversas cinergias sociais poderemos ser mais conscientes, mais conhecedores, mais solidários.
(o texto irá merecer continuação)
3 Comments:
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06 November, 2005
"Talvez hoje seja dia para deixar a literatura" ... Talvez hoje seja dia para deixar Portugal, ou talvez repensar o futuro e mudar o presente...
12 January, 2006
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31 August, 2007
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