Monday, August 02, 2004

Gente que Dança

Um dia passávamos pelos corredores de um dos edifícios do Instituto Piaget e lemos num cartaz qualquer coisa como isto: Angola, Kosovo e Sem-Terra – É Tudo a Mesma Guerra. Aquela mensagem alertou-nos para os problemas que se vivem no nosso planeta. Enquanto pensávamos, um pouco mais à frente, encontrámos outro cartaz com o mesmo tipo de mensagem. Mas o que seria aquilo?
Em conversa com colegas chegámos muitas vezes a questionar-nos sobre aqueles “misteriosos” cartazes. Uma coisa tínhamos certeza: a mensagem tinha sido passada. Seja qual for o problema que assole o mundo – é tudo a mesma guerra.
Passado algum tempo, uma amiga nossa quando andava a afixar cartazes com o anúncio de um espectáculo confessou-nos que a “mensagem” não era mais que para chamar a atenção da população escolar para o título do espectáculo a apresentar pelo Grupo “Gente que Dança”.
Ficámos seduzidos pela iniciativa e no dia da estreia lá estávamos nós, sentados numa das cadeiras da Aula Magna para assistirmos ao trabalho dos colegas.
Quem teve a oportunidade de ver a dança daquele Grupo, certamente o recordará para toda a vida, pois são momentos de arte, que nos libertam e ao mesmo tempo nos sensibilizam para a vida e principalmente para a mensagem que nos transmitiram como um alerta para a violência, os genocídios, a xenofobia, o racismo ou a pobreza.
Ainda hoje, quando entramos na Aula Magna sinto os espectadores de pé aplaudindo ininterruptamente os bailarinos que durante cerca de uma hora e meia nos permitiram conviver familiarmente com a magia, a beleza e o fascínio.
De certo que todos os elementos que constituem o Grupo “Gente que Dança” se sentem orgulhosos por fazerem parte de um projecto que é de louvar, pela capacidade evidenciada no seu todo, mas também pela raridade de “loucuras” como esta.
Para finalizar queremos felicitar os colegas do Grupo “Gente que Dança”, e em particular o Prof. Francislei Moreira pelo brilhante trabalho desenvolvido.
É nosso desejo sincero que o Grupo “Gente que Dança” continue “a confiar nas loucuras de um sonhador que em vez de moinhos vê corpos criando coisas bonitas para os outros verem”
( F. Moreira ).


(Pégaso, 2000)

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